Pesquisas acadêmicas, com participação de dois servidores do ITERJ, têm publicações em revistas internacionais

Terça-feira 12 de Maio de 2020

Foto: Arquivo/Valter Campanato/Agência Brasil

Dois artigos que contaram com a co-autoria dos Analistas do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ/SECID), Edson Rodrigues Jr. e Bruno Sobral, repercutiram positivamente no universo acadêmico internacional. Em janeiro, foi publicado no volume 238 do renomado periódico científico, Atmospheric Research, a tese: “Caracterização baseada em  PERSIANN-CDR e análise de tendências de chuva anual no estado do Rio de Janeiro”. No mês passado, o estudo “Influência de focos de calor na cobertura florestal da Mata Atlântica no Rio de Janeiro” foi publicado pela revista Ecological Indicators.

 

Caracterização baseada em PERSIANN-CDR e análise de tendências de chuva anual no estado do Rio de Janeiro

 

Nesse estudo foram analisadas as tendências pluviométricas em um período de 35 anos no estado do Rio de Janeiro. A estimativa de chuvas a partir do sensoriamento remoto utilizando Redes Neurais Artificiais e Registro de Dados Climáticos, como apresentada pelo PERSIANN-CDR - um produto orbital com dados de chuva levantados por satélite - pôde constatar que, entre 1983 e 2017, as tendências alarmantes de redução da precipitação anual foram identificadas em muitos municípios fluminenses, em especial nas regiões Costa Verde, Médio Paraíba, Metropolitana e Baixadas Litorâneas. 

 

Para os pesquisadores, o bom uso do estudo por parte dos tomadores das decisões que impactam no acesso à água se torna indispensável ao planejamento hídrico do estado, como, por exemplo, dois motivos apontados por eles: o primeiro é o cenário futuro que aponta para essa redução da chuva anual e, o segundo, nestes tempos de pandemia mundial do COVID-19, no qual a higiene é um dos poucos consensos de norte a sul, menos chuva significa menos água disponível nas bacias hidrográficas de todo o estado. 

 

“Isso pode agravar ainda mais a já sobrecarregada rede de captação e distribuição de água potável disponível para os cidadãos fluminenses. Já existem indicativos que tendência similar está ocorrendo na principal fonte de água das regiões mais populosas do estado, o Rio Paraíba do Sul”, analisa o Engenheiro Agrícola e Ambiental do ITERJ, Bruno Sobral.

 

Influência de focos de calor na cobertura florestal da Mata Atlântica no Rio de Janeiro

 

O segundo artigo mencionado discute como a distribuição espaço temporal dos focos de calor pode influenciar o padrão de cobertura da vegetação de Mata Atlântica presente no Estado do Rio Janeiro. Com análises entre o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2015, levou em consideração as diferentes tipologias florestais do bioma na Mata Atlântica e se observou, por exemplo, que as regiões Norte e Metropolitana do estado apresentaram maior frequência de focos de incêndio. 

 

Também foi observado que os anos 2000, 2013, 2014 e 2015 tiveram a maior frequência de queimadas no estado. No entanto, houve aumento na cobertura florestal de 2000 a 2013 nas florestas ombrófilas, florestas sazonais e as Formações Pioneiras.

 

 “É um estudo importante porque, no cenário de variabilidade do clima no planeta e seus efeitos sobre florestas, essa atenção se faz necessária para tentar antecipar e mitigar desastres ambientais, principalmente quando se trata da nossa Mata Atlântica, que é o bioma considerado um hotspot da biodiversidade, ou seja, é uma região de grandes riqueza e interação entre os diversos nichos ecológicos ali presentes”, destaca o Engenheiro Florestal do ITERJ, Edson Rodrigues Júnior.

 

 A pesquisa foi liderada pelo Coordenador do Programa de Pós Graduação em Tecnologia Ambiental da Universidade Federal Fluminense de Volta Redonda, Wellington Kiffer de Freitas e, para ele, o artigo representa uma importante iniciativa de pesquisa multidisciplinar e interinstitucional e agrega valor ao complexo campo de estudos sobre mudanças climáticas.

 

Além dos dois servidores do ITERJ, os estudos contam com pesquisadores de diversas instituições, como a Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

 

“Esses estudos e sua repercussão positiva no mundo acadêmico, contando com a participação do Bruno e do Edson, vêm como boas notícias nesse tão conturbado primeiro quadrimestre do ano, um orgulho para nós do ITERJ”, celebra e parabeniza aos servidores, o Presidente do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro, Clébson Guilherme.

 

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