Projeto Literário nas comunidades quilombolas de Cabo Frio

Quarta-feira, 3 de Julho de 2019

Cerimônia no Quilombo Maria Joaquina. Foto: Ricardo Alves

Algumas comunidades remanescentes de quilombolas de Cabo Frio receberam representantes da Academia Brasileira de Letras, do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro e do Tribunal de Justiça do Estado, por conta de um projeto de doação de livros e DVDs às populações com pouco acesso à cultura.

 

No último mês, o presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Lucchesi, a presidente do ITERJ, Cláudia Franco Corrêa, o desembargador, Marco Aurélio Bezerra de Mello, e a equipe técnica do ITERJ estiveram nas comunidades quilombolas de Maria Joaquina e de Preto Forro, com a participação dos quilombos Fazenda Espírito Santo e Sobara, para realizarem a doação do material literário de temas diversificados, composto por livros e DVDs.

 

Em clima de festa, os anfitriões de Maria Joaquina prepararam um café da manhã e apresentaram a tradicional quadrilha junina composta por jovens do quilombo.Já a comunidade de Preto Forro organizou um almoço festivo promovido em parceria com o ITERJ. Na oportunidade, os membros das Associações de Quilombolas expuseram seus anseios e dificuldades com relação às questões da regularização fundiária e ao desenvolvimento socioeconômico dos territórios.

 

 

A representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Jane de Oliveira, enfatizou as dificuldades enfrentadas pelos quilombolas de Maria Joaquina no processo de luta pela regularização fundiária. Dona Landina de Oliveira, presidente da Associação dos Remanescentes do Quilombo de Maria Joaquina, também ressaltou a necessidade de estímulo à participação dos jovens na luta que já dura aproximadamente 100 anos.

 

Em Preto Forro, o presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Lucchesi, apresentou o projeto literário e escolheu Dona Leonidia dos Santos, representante mais antiga, para receber oficialmente a doação de livros e DVDs. Ela frisou que considera o acesso à educação como primordial para o desenvolvimento dos quilombolas. O material doado despertou interesse dos integrantes das comunidades, principalmente dos mais jovens.

 

Em ambas as comunidades visitadas, a presidente do ITERJ, Cláudia Franco Corrêa, expôs a satisfação de estar à frente da Autarquia e a determinação em apoiar às causas quilombolas, dentro das especificidades e das possibilidades institucionais atuais.

O desembargador Marco Aurélio, estudioso da legislação quilombola e que acabou de publicar o livro “Posse e Propriedade das Áreas Remanescentes de Quilombos na Ordem Constitucional”, ressaltou o direito fundamental das comunidades remanescentes de quilombolas aos seus territórios, previsto na Constituição Federal, e a necessidade de reconhecimento desse direito por toda a sociedade.

 

Fotos: Ricardo Alves

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