Galpão da comunidade de Pau Grande

Por Ricardo Alves, Roberta Sá e Rachel de Las Casas

Fotos: Ricardo Alves

Inauguração do galpão da comunidade de Pau Grande possibilitará o melhor gerenciamento e guarda dos equipamentos agrícolas e será um espaço para encontros e projetos comunitários. 

Aipim, milho, quiabo, jiló, feijão, galinha caipira, suínos são algumas das produções do assentamento rural de Pau Grande, localizado em Magé, Região Metropolitana do Município do Rio de Janeiro, que conta com cerca de 30 produtores agrícolas. Apesar da pressão urbanística, várias famílias já foram beneficiadas com programas de políticas públicas, como o acesso  ao crédito do Programa de Crédito Especial para Reforma Agrária - Procera e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf. 

Nos últimos anos, a parceria entre o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro - Iterj e o Banco Nacional de Desenvolvimento - BNDES procura fortalecer a vocação agrária de Pau Grande com a cessão de equipamentos e insumos. Na última terça-feira (17/04), foi inaugurado o galpão que possibilitará a comunidade o melhor gerenciamento e guarda dos equipamentos cedidos. Essa construção trouxe novo ânimo aos assentados já que é também um espaço para encontros e projetos comunitários. 
Diante disso, as famílias começaram a discutir o melhor aproveitamento do galpão, com a criação de uma feira da roça periódica, que teria, além da venda dos produtos das comunidades que o Iterj atende, um evento cultural, um entreposto agrícola. Além disso, Rachel de Las Casas, antropóloga do Iterj, iniciou um trabalho de organização de um círculo de mulheres com o objetivo de elaborar uma proposta para geração de renda e trabalho que aproveite suas vocações locais. 

Na primeira dinâmica realizada, as dez mulheres que participaram indicaram algumas áreas de atuação para a possível elaboração de um ou mais projeto(s) coletivo(s) a serem efetuados no novo galpão, com vistas a estimular a apropriação do espaço do galpão também pelas mulheres. As atividades econômicas indicadas pelas mulheres foram as seguintes: doces de fruta processados, salgados, bolos confeitados, pizza, cabeleireira, manicure, cozinha, artesanato com produtos recicláveis, bordado com fitas e pedras, sabão feito de óleo, pastel chinês, pamonha, papa e todo tipo de doce caseiro. O Círculo de Mulheres de Pau Grande vai elaborar de forma participativa um ou mais projetos para estimular a organização coletiva das famílias no campo da geração de renda e trabalho. Assim como, buscará a realização de cursos de capacitação que qualifiquem a força de trabalho feminina.

O galpão também será utilizado para execução de eventos sociais e festas comunitárias. Um exemplo é o planejamento, no mês de julho, da chamada “Festa do Milho”, com direito a arroz-doce, quentão, moça de anel na mão, dança na fogueira, roda de calor, festa na capela e comunhão.

Tudo continuará tendo o acompanhamento dos servidores do ITERJ, que prestam assistência no gerenciamento dos equipamentos, na produção e comercialização dos produtos agrícolas, bem como na formação técnica demandada pela comunidade, realizada em parceria com entidades, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar. Portanto, com acesso à políticas públicas e o trabalho dos atuais e futuros agricultores, é possível buscar o desenvolvimento sustentável e a permanência das famílias na terra.

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