A minha emoção ao conduzir a tocha olímpica, representando o Iterj e o trabalho nas comunidades

Quarta-feira, 17 de Agosto de 2016

Texto: Ricardo Alves
Foto no texto: Organização Rio 2016 / 
Fotos da Galeria e vídeo: Rachel de Las Casas

 

A experiência de conduzir a tocha olímpica é algo incomensurável. Não só no dia, mas também em toda a preparação anterior, assim como na concentração, momento em que você encontra outros condutores, relatos, histórias e lágrimas, que marcam a emoção de ser um condutor no Brasil. 

 

No dia em que recebi o convite da presidente do Iterj, Mayumi Sone, para ser um dos condutores do revezamento da tocha nas Olimpíadas Rio 2016, me senti muito honrado. Tinha a certeza de que viveria uma experiência ímpar e a expectativa de como seria esse instante, tão esperado. Só não tinha noção do tamanho da responsabilidade, vivida com os nervos à flor da pele. Independente de tudo o que a tocha olímpica representa, esse foi o momento mais democrático nessas Olimpíadas, experienciado por tantos condutores: entre famosos, medalhistas de ouro e cidadãos comuns, como eu. 

 

Havia também o receio de como as pessoas iriam receber um condutor da tocha olímpica, com tantas divergências múltiplas vividas nesses tempos. Contudo, a recepção da população de Cabo Frio foi ímpar, todos querendo compartilhar desse momento ao meu lado: tirando foto, segurando a tocha olímpica, perguntando e querendo saber de onde eu era e o que fazia de tão importante para ser um dos condutores. Nesse momento, na minha memória surgiram todos aqueles que eu representava: as famílias dos assentamentos rurais, agricultores e remanescentes de quilombolas, os companheiros do Iterj, e toda a história de luta que eu vivenciei desde os tempos de Secretaria de Assuntos Fundiários (SEAF). Reafirmei ali minha decisão de todos esses anos por fazer aquilo que eu mais amo, sendo como técnico, fotógrafo ou simplesmente um mero cidadão e servidor.

 

Todos nós, que atuamos em prol das comunidades, estamos sempre trabalhando em ações que buscam melhorar as condições de vida desses grupos. Os integrantes destas comunidades são os personagens principais de toda a luta, marcadas por suas histórias de resistência e persistência. 

 

No entanto, naquele instante, ao me tornar um condutor da tocha olímpica, eu me tornei o personagem principal e escrevi uma página importante na minha vida. Uma das melhores histórias que eu poderia imaginar. E junto comigo estava a emoção de todos os Brasileiros, que mesmo em tempos de crise e instabilidade política, sentem a certeza de que o esporte é, e sempre será, a confraternização dos povos, de todas as raças e credos. 

 

Durante os 200 metros, fui eu o condutor e o responsável por perpetuar o símbolo olímpico, foi um eterno percurso até o final, não houve como esconder o nervosismo, muito menos a emoção contida no ato. As pessoas, acenos, fotos e mais fotos com gente comum e cheias de alegria, os olhares, os sorrisos e todo o calor humano marcaram minha vida. 

 

A confraternização dos povos fortalece os laços, a união, e perpetua a paz, mas principalmente a vontade de acreditar em uma sociedade mais justa. E essa chama de luta nunca se apagará, não só durante os jogos olímpicos, mas nos corações dos companheiros de luta. Eu dedico esse momento a todos nós, que acreditamos nesse dia e na perpetuação do homem da terra. Nas palavras de Pedro Tierra: “Eu fazia um caminho cada vez que passava, era a terra o caminho, o caminho era o homem”.

 

 

Veja mais na Galeria de Fotos: http://www.iterj.rj.gov.br/iterj_site/galeria/tecnico-do-iterj-revela-a-emocao-de-conduzir-a-tocha-olimpica-90

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